Arquivo | setembro, 2009

Casablanca e o subtexto

30 set

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“Diálogos em Casablanca têm muito texto subentendido. Quando Rick, na mesa com Laszlo, Renault e Ilsa, surpreende a todos mencionando alguns detalhes específicos em relação à última vez que eles se encontraram (“Era o ´La Belle Aurore.´ Os alemães vestiam cinza, você se vestia de azul”). Aqui o texto subentendido está dizendo: “É como se fosse ontem para mim”. Quando ele se queixa a Sam, dizendo: “De todos os bares do mundo, ela entra no meu”, significando “Eu ainda a amo”. Quando Ilsa pergunta a ele: “Mas e nós?”, Rick responde: “Sempre teremos Paris”, o subtexto é “Temos de dizer adeus mas eu nunca vou esquecê-la”.

Tente fazer o oposto, tente substituir as linhas com a minha “transcrição”. Você percebe o quanto elas perdem? Ninguém nunca se lembraria delas”.

Copyright: Cineuropa.

Esse trecho da segunda aula do curso de roteiro do Cineuropa me fez correr para assistir a Casablanca (1942), um filme pelo qual eu nunca me interessei, apesar dele ser um famoso clássico.

Mas nessa segunda aula, o professor destaca que os diálogos são a oportunidade do roteirista desenvolver seu talento literário, e que as falas deveriam ser trabalhadas de forma a não tornar o tema da cena explícito. Ou seja, as “entrelinhas” são o que tornam um filme inesquecível.

Realmente, quando somos levados a pensar mais um pouco para entender o que o personagem quer dizer, nossa imaginação ganha espaço para entrar em atividade, e o filme passa a prender mais a atenção.

Casablanca se passa quase todo dentro de um bar, mas não é monótono (!). Foi dirigido por Michael Curtiz, e tem roteiro baseado em peça teatral de Murray Burnett e Joan Alison, adaptado por Julius J. Epstein, Philip G. Epstein, Howard Koch e Casey Robinson.

O mundo mágico de Chihiro

30 set

Spirited_Away_posterA revista de cinema SET publicou trechos de uma entrevista coletiva com Hayao Miyazaki, criador da animação “A Viagem de Chihiro” (2001).

Assisti “A Viagem de Chihiro” há muito tempo, mas lembro o quanto fiquei impressionada. Muita, mas muita fantasia, lições baseadas na milenar sabedoria japonesa e lendas assustadoras.

Depois de assistir ao longa, que superou muito minhas expectativas, só ficou a certeza: não é um filme para crianças! Realmente, Miyazaki diz que

“ao criar a Viagem de Chihiro, queria fazer um filme realmente assustador, baseado em lendas japonesas. É um filme dirigido à juventude apática do Japão, que tem medo de se aventurar, de conhecer o mundo.”

Outros trechos da entrevista:

“Crio histórias realistas, mas que, no fundo, se baseaim em contos de fadas. Também gosto mais dos vilôes do que dos heróis. Eles dão mais duro que os heróis, trabalham mais. Sempre os faço com coração, capazes de sorrir. Quando desenho alguém sorrindo, sorrio também”.

“Meu único conselho para meus artistas é ´Nunca faça algo que você já viu antes. Mas se você viu e esqueceu que viu, não tem problema…´

Outro grande sucesso do cineasta é o “Castelo Animado“, de 2004. Ele também está com um longa atualmente em cartaz, Ponyo.

Artwiculate: aprenda uma palavra nova a cada dia

21 set

Atwiculate

Quer aprender uma palavra nova numa língua diferente a cada dia? Se sim, visite o novo site Artwiculate: baseado no Twitter, ele traz uma palavra nova e sua tradução diariamente. Os usuários devem escrever um Twitter usando a palavra e vão aparecer no site, onde sua frase pode ser vista por outras pessoas e ganhar votos.

Eu já testei, com a palavra Ennui, mas ainda não vi minha frase aparecer lá.

Fonte: Swissmiss