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Narrativas

27 set

“Em parte, questões sobre conteúdo e forma dos videogames são, de fato, indagações sobre o próprio poder da narrativa. A narrativa é um de nossos mecanismos cognitivos primários para a compreensão do mundo. É também um dos modos fundamentais pelos quais construímos comunidades, desde a tribo agrupada em volta da fogueira até a comunidade global reunida diante do aparelho de televisão. Nós contamos uns aos outros histórias de heroísmo, traição, amor ódio, perda, triunfo. Nós nos compreendemos mutuamente através dessas histórias, e muitas vezes vivemos ou morremos pela força que elas possuem.”

Janet Murray

Peça e Série Clandestinos

17 nov

Série Clandestinos, de João Falcão, Guel Arraes e Jorge Furtado, com colaboração de Adriana Falcão. Esta “equipe” é garantia de bons roteiros, mas parece que a série não tem roteiro pré-definido, o que torna tudo ainda melhor!

Blog da Série.

Site oficial.

Vice-versa

18 ago

Assisti a “Ela é o cara” (She’s the man). É uma comédia romântica adolescente, que brinca com preconceitos de ser menino ou menina. Como gosto de cinema americano, eu gosto deste filme, mas não é indicado para quem só assiste a  filmes “complexos”.

Lembrei-me de outros filmes em que um homem se passa por mulher e vice-versa, situação que sempre rende bons roteiros para escritores. Há a classica Madame Butterfly, o divertido Tootsie, com Dustin Hoffman, Uma babá quase perfeita (Mrs. Doubtfire), Quanto mais quente melhor, Garotos não choram e E se eu fosse você (com um enfoque diferente)

Sugestão de musical: My Fair Lady

6 ago

My Fair Lady (1964) é o meu musical favorito por várias razões. Primeiro, por causa das músicas, que são inteligentes e bonitas. Segundo, por causa do elenco, porque eu gosto muito de Audrey Hepburn (foto), que interpreta a personagem principal, e porque o Professor Huggins do ator Rex Harrison é perfeito, na minha opinião. E terceiro, porque é um filme bem-humorado, perspicaz, divertido e sofisticado.

Adaptação da peça Pigmalyon, de Bernard Shaw, com roteiro de Alan Jay Lerner e música de Frederick Löwe.

Foto: manitou2121

O Personagem II

31 jul

Como quase tudo na área da criação artística, não há regras que lhe garantirão como criar um personagem perfeito, inesquecível, um personagem com o qual as pessoas (a audiência) se identifique. Há personagens que marcam a vida de uma pessoa, e até mesmo a transformam.

Veja o caso de Amélie Poulain, por exemplo. Um personagem cativante, com a qual muita gente se identifica. Por quê? É difícil definir exatamente. O olhar ingênuo e ao mesmo tempo malicioso na proporção certa, a fantasia, o altruísmo, a sensibilidade, um certo sentimento de inadequação e de solidão. Uma história que se passa em Montmartre, um dos bairros mais charmosos de Paris. Mas não tempos uma receita de sucesso. Poderia ser só um filme monótono e sombrio em Paris. Mas ficou muito bom. O que garantiu isso? Não existe modelo a ser copiado.

Mas segundo meu professor virtual do Cineuropa 🙂 existe um método que precisa ser seguido. É o que vamos ver nos próximos posts.

Sugestão de filme: O Labirinto do Fauno

29 jul

Um dos filmes mais assustadores que já vi, e uma das histórias mais fascinantes que já conheci, é, sem dúvida, “O Labirinto do Fauno“. Não fosse por algumas cenas de crueldade sádica (desnecessárias, na minha opinião), eu o veria muitas vezes.

Ressalva feita, e alerta dado às pessoas sensíveis, o filme é uma grande obra. Guillermo del Toro é também diretor do “Orfanato”, outro grande filme que também é assustador (passei duas semanas sem querer descer à cozinha à noite. E quando tinha de descer de todo jeito acendia todas as luzes possíveis).

O Labirinto do Fauno conta a história de uma menina (Ofelia), órfã de pai, cuja mãe se casa com um militar fascista durante a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939). Elas se mudam para a propriedade dele, e nas proximidades existe um labirinto. Ofelia, fascinada por fábulas, logo se interessa pelo lugar e conhece um fauno, uma criatura fantástica que lhe serve de guia. Ela precisa realizar as tarefas que ele lhe indica para alcançar, enfim, a “salvação” da dura vida que tem levado com sua mãe e seu pequeno irmão.

Grande filme, que merece ser visto por quem gosta de cinema (e de histórias).

Roteiro de Guillermo del Toro. Veja depois do jump mais fotos.

Visite o site oficial.

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Daddy Day Care

29 mar

Eu adoro esse filme, apesar de ser bem bobinho, com piadas previsíveis de crianças arrotando e fazendo cocô, mas são crianças talentosíssimas e o elenco é bem entrosado. Um filme leve e criativo, um daqueles que eu gostaria de escrever.

Em português, o título é “A Creche do Papai”.

Casablanca e o subtexto

30 set

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“Diálogos em Casablanca têm muito texto subentendido. Quando Rick, na mesa com Laszlo, Renault e Ilsa, surpreende a todos mencionando alguns detalhes específicos em relação à última vez que eles se encontraram (“Era o ´La Belle Aurore.´ Os alemães vestiam cinza, você se vestia de azul”). Aqui o texto subentendido está dizendo: “É como se fosse ontem para mim”. Quando ele se queixa a Sam, dizendo: “De todos os bares do mundo, ela entra no meu”, significando “Eu ainda a amo”. Quando Ilsa pergunta a ele: “Mas e nós?”, Rick responde: “Sempre teremos Paris”, o subtexto é “Temos de dizer adeus mas eu nunca vou esquecê-la”.

Tente fazer o oposto, tente substituir as linhas com a minha “transcrição”. Você percebe o quanto elas perdem? Ninguém nunca se lembraria delas”.

Copyright: Cineuropa.

Esse trecho da segunda aula do curso de roteiro do Cineuropa me fez correr para assistir a Casablanca (1942), um filme pelo qual eu nunca me interessei, apesar dele ser um famoso clássico.

Mas nessa segunda aula, o professor destaca que os diálogos são a oportunidade do roteirista desenvolver seu talento literário, e que as falas deveriam ser trabalhadas de forma a não tornar o tema da cena explícito. Ou seja, as “entrelinhas” são o que tornam um filme inesquecível.

Realmente, quando somos levados a pensar mais um pouco para entender o que o personagem quer dizer, nossa imaginação ganha espaço para entrar em atividade, e o filme passa a prender mais a atenção.

Casablanca se passa quase todo dentro de um bar, mas não é monótono (!). Foi dirigido por Michael Curtiz, e tem roteiro baseado em peça teatral de Murray Burnett e Joan Alison, adaptado por Julius J. Epstein, Philip G. Epstein, Howard Koch e Casey Robinson.

Ratatouille, uma grata surpresa

23 ago

ratatouille-kitchen-lFoi meio reticente que fui assistir a Ratatouille, atraída pelo trecho de uma das falas do filme, citado em um post do Gourmet UpDateOrDie. Mas esse desenho que conta a improvável história de um ratinho que quer ser cozinheiro – e nasceu com a alma de um cozinheiro – é lindo. E também me apaixonei pela música-tema (Le Festin), que pode ser ouvida no vídeo abaixo.

O trecho que me chamou a atenção é o discurso do crítico de restaurantes Anton Ego, no final do filme:

“In many ways, the work of a critic is easy. We risk very little yet enjoy a position over those who offer up their work and their selves to our judgment. We thrive on negative criticism, which is fun to write and to read. But the bitter truth we critics must face is that, in the grand scheme of things, the average piece of junk is more meaningful than our criticism designating it so. But there are times when a critic truly risks something, and that is in the discovery and defense of the new. Last night, I experienced something new, an extraordinary meal from a singularly unexpected source. To say that both the meal and its maker have challenged my preconceptions is a gross understatement. They have rocked me to my core. In the past, I have made no secret of my disdain for Chef Gusteau’s famous motto: Anyone can cook. But I realize that only now do I truly understand what he meant. Not everyone can become a great artist, but a great artist can come from anywhere. It is difficult to imagine more humble origins than those of the genius now cooking at Gusteau’s, who is, in this critic’s opinion, nothing less than the finest chef in France. I will be returning to Gusteau’s soon, hungry for more.”

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Últimas cenas de Les Choristes

2 jun

A Voz do Coração (Les choristes) é um filme francês lançado em 2004 e dirigido por Christophe Barratier, que também assina o roteiro, em parceria com Philippe Lopes-Curval.

O filme conta a história de órfãos que vivem em um orfanato repressivo, e que encontram na música uma forma de transformar sua dura realidade.

A música, portanto, é um ponto alto do filme. O responsável é Bruno Coulais. E o jovem cantor Jean-Baptiste Maunier rouba a cena com sua linda voz.

Entre as músicas mais bonitas do filme, estão “Vois sur ton chemin” e “cerf-volant”, a música que ouvimos nesse vídeo. Essa é cena em que o professor de canto é demitido e as crianças, que não podem se despedir pessoalmente, enviam-lhe mensagens escritas em aviõezinhos de papel.

Les Choristes é na verdade um remake de um filme de 1945, “A Cage of Nightingales” (La Cage aux Rossignols), adaptado do livro de Georges Chaperot por Noël-Noël e René Wheeler.